terça-feira, 7 de abril de 2009

FUNÇÕES DO TREINDOR DE FUTSAL - Parte 2


A competição é o momento chave do trabalho do treinador com os jogadores. É na competição em que se traduz o trabalho dos treinos. Ao passo que durante os treinos o treinador podia frequentemente intervir, corrigindo aspectos que considera-se menos positivos, na competição isto já não acontece bem assim. De facto na competição o “actor principal” é o jogador pois é ele que toma as decisões. A competição tal como o treino é um local que permite ao treinador extrair todo um conjunto de informações que considere úteis.

Outro aspecto que é muito importante durante uma competição para um treinador é a necessidade que ele tem para não exteriorizar emoções, algo quem nem muitas vezes acontece. Na competição existem duas componentes que não são necessariamente antagónicas, que são a vitória e a derrota. Na realidade embora em primeira análise a derrota seja “má” e a vitória “boa”, em muitos casos a derrota pode tornar-se numa vitória quando o treinador é capaz de realizar uma análise daquilo que se passou de errado de forma a que numa próxima altura seja possível que esses erros não sejam cometidos novamente. Em qualquer um dos casos é necessário respeitar sempre os adversários, não sendo este o momento mais indicado para se realizar grandes análises da competição.

Quanto á relação do treinador com o seu atleta posso afirmar que independentemente da modalidade em causa toda a relação treinador-atleta deve ser o mais individual possível. Na realidade facilmente se percebe o porquê dessa necessidade nos desportos ditos individuais, mas tal não se passa nos desportos ditos colectivos. Sendo uma equipa muito mais do que o somatório dos atletas, ela não deixa porém de ser um conjunto de indivíduos todos diferentes e a complexidade do universo aumenta.

Para atletas diferentes, deverá haver diferentes tipos de relação e por outro lado para o mesmo atleta em situações diferentes poderá ser necessário intervir também de maneira diferente, mas sem nunca esquecer um aspecto fundamental que é o facto da relação do treinador com o atleta necessitar de ser essencialmente justa e adequada às circunstâncias: umas vezes brusca, outras vezes afável. Nunca se deve no entanto repetir em demasia o feedback , de forma a que estes não “percam a carga” transmitida pelo treinador. Outro aspecto importante é o aspecto da coerência, sentido de justiça e competência.

Quanto à relação do treinador com os outros podemos verificar que durante a sua actividade o treinador tem de estabelecer contactos frequentes com um grande número de pessoas entre elas árbitros, dirigentes, público, pais dos jogadores jovens, outros treinadores e ainda com os órgãos de comunicação social.

Destes, destaco a relação do treinador com os árbitros, julgo ser necessária a existência de um diálogo entre ambos de forma a que, quer o público, quer os próprios jogadores sintam que está a haver uma boa relação entre ambos, que o jogo é o mais correcto possível e que o relacionamento entre os jogadores é beneficiado com estes aspectos.
Outra das relações que destaco é a relação do treinador com os órgãos de comunicação social, uma área que o treinador deve “controlar” de forma a retirar o máximo proveito possível. Na realidade hoje em dia a comunicação social deverá ser vista sempre como um aliado e nunca como um adversário dado o seu grande impacto com a sociedade em geral.
Outro aspecto importante é o facto da necessidade do treinador estar atento àquilo que se passa à sua volta e para isso contribui o papel da comunicação social. O treinador deverá possuir uma atitude de formação permanente, fruto de uma dúvida fundamental: “aquilo que sei hoje será verdade amanhã?”. O treinador deve ainda ser um estudioso atento e permanente, das questões ligadas ao exercício da sua função.




Autor: Prof. André Teixeira

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